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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Depressão pós-parto. Esteja atenta.

A depressão pós-parto é um quadro que traz muito sofrimento a todos os envolvidos. Precisa ser identificada e tratada. Às vezes, a sensação de incompetência e culpa por não estar conseguindo fazer o que todas as outras mulheres fazem com tanta naturalidade e acham maravilhoso, que é estar feliz por ser mãe, impede a própria pessoa de enxergar que está doente. Cabe a todos nós, mães, amigos, maridos, irmãos, avós... tentar ver mais do que os olhos notam: enxergar a alma da nova mãe e estender a mão, pode ser que ela não tenha sequer condições de pedir ajuda.

Este texto foi escrito por uma amiga muito amada, que enfrentou a depressão pós-parto.  Foi uma fase difícil, que ela conseguiu superar com muita coragem. O troféu desta batalha foi ela voltar a ser quem sempre foi e dar  de presente a melhor mãe que sua filha poderia ter nesse mundo.


"Pela primeira vez, senti o cheiro do pescocinho dela, a abracei com ternura, e dormi com ela na minha cama, nariz com nariz. 
Três meses após o nascimento da minha bebê, eu dei à luz."



"Sempre fui uma mulher feliz, satisfeita com o trabalho, casamento e tive minha filha na hora em que eu me senti preparada. A gravidez foi ótima, sem enjôos, nada. Quando ela nasceu, tudo mudou. Toda mulher sabe o furacão que toma conta de nossas vidas com o nascimento de um filho. No meu caso, dificuldade para amamentar, dor, medos e inseguranças. Mas tudo bem, lia no babycenter que era normal sentir isso até 30 dias após o parto. Ok, baby blue. Aos 45 dias da minha bebê, só me sentia pior. Muita ansiedade, impaciência, angústia com os choros intermináveis... Faziam me sentir uma mãe falha, impotente. A única tarefa que eu realizava com tranquilidade era a amamentação. Que satisfação eu tinha... Algumas semanas depois, li de novo no babycenter: após 30 dias, se ainda sentir tristeza, sensação de impotência, você pode ter depressão pós-parto. Meu marido e eu rejeitávamos a idéia, claro. Até que uma noite tive uma crise de pânico. Então não tivemos dúvidas, eu precisava ir ao psiquiatra. Na consulta, o diagnóstico foi imediato: eu tinha depressão pós parto, precisava tomar antidepressivos e parar de amamentar, porque os medicamentos passavam pelo leite. Não aceitava, como parar a única coisa que eu fazia direito? Posterguei o tratamento por 15 dias, até minha filha fazer 2 meses e 15 dias. Mas o sofrimento diário, a angústia, a palpitação, a sensação da falta de vínculo com a minha filha ficaram insuportáveis, e aceitei começar o tratamento, com terapia e medicamento. Nessa única noite, vivi o luto da interrupção da amamentação. Sem pena de mim mesma, não havia espaço para lamentar que eu ia abandonar algo pelo qual batalhei tanto. Estava decidido, amanhã já começo a mamadeira. Fiquei 15 dias com leite, apesar do remédio para seca-lo e da aplicação de gelo. Ordenha manual 2x/dia para o leite não empedrar e não estimular mais produção de leite. Uma semana depois,  já me sentia melhor. Os dias foram passando, e fui enxergando minha filha... Suas mãozinhas, sua boquinha, o sorriso banguela, o cabelo ralo... Pela primeira vez, senti o cheiro do pescocinho dela, a abracei com ternura, e dormi com ela na minha cama, nariz com nariz. Três meses após o nascimento da minha bebê, eu dei à luz. A partir daí, nosso vínculo só aumentou, e eu comecei a vivenciar a maternidade. Nós sobrevivemos à nuvem negra da depressão. E essa tempestade passa, e incrivelmente, somos capazes de ser felizes de novo."

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